Quando a mídia fala em doze vidas interrompidas,doze sonhos deixados pra trás,doze crianças,adolescentes,falam como se falasse puramente em uma cruel estatística da realidade acerca da tragédia que emocionou o país inteiro,nessa última quinta-feira. Eles podem não estar errados,porque o papel deles é mostrar o que aconteceu,preto no branco.
Mas falo agora,abro meu coração,sem conseguir fazer essa dissociação do concreto,sem separar o meu eu maternal,o meu eu profissional ou cidadã e sim,como uma pessoa, como todas as mães,que enxerga além do visual e percebe o que vem na alma,nesse momento tão sofrido.
Não foram 12 vidas interrompidas,12 sonhos deixados pra trás,porque junto com eles,foram também seus pais...esses,que embora fisicamente ainda estejam aqui,para terminar a missão terrena que a cada um foi planejada por Deus,na essência,nos laços de amor,eles também se foram,mesmo que parcialmente.
Ouvi uma frase,que embora desconheça a autoria,cabe muito bem nesse contexto: "Ser mãe é ter seu coração fora,habitando em outro corpo." Ser pai,também acredito que seja assim. A dor do filho,é nossa,automaticamente,seja ela física,ou emocional. Só exercendo a maternidade e a paternidade,é que sabemos o verdadeiro sentido disso.
Foram muitos sonhos ceifados...incontáveis vidas deixadas pra trás.
Estou abalada,porque meu filho tem essa faixa etária,porque tenho alunos e sei da ineficiência da segurança nas escolas públicas,embora também tenho conhecimento de que aquela alma infeliz,se escolhesse uma escola particular,entraria e vitimaria do mesmo jeito. Mas nesse momento em que palavras não bastam,junto-me a todos,em oração,para que esses novos anjos que seguiram para a dimensão espiritual,sejam bem recebidos e que seus pais,possam viver a parte da vida que lhes restou,da melhor forma possível,sem acalentar desejos de ódio e revolta,pois a justiça divina nunca falha.
Tudo passa...mas o AMOR há de ficar eternamente...
Paz e Luz!
